Aumenta a porcentagem de homens que se despedem para cuidar de seus filhos (e diminui a de mulheres)

É possível que algo esteja mudando no mundo da maternidade e da paternidade? Sim, é possível, embora devamos analisar bem os dados para saber a que são as variações. Falo do relatório 'Emprego e maternidade: obstáculos e desafios à reconciliação do trabalho e da vida familiar', editado pela Funcas, que afirma que nos últimos 10 anos a porcentagem de homens que se despedem para cuidar de seus filhos aumentou.

Uma licença para cuidar de seus filhos?

Assim é. Isso é pedir tempo excessivo à empresa, sem salário, para poder cuide do seu filho ou dos seus filhos. Realmente não é incomum ver mulheres que fazem isso; engravidam, têm um bebê, cuidam dele durante a licença de maternidade e, quando voltam ao trabalho, decidem continuar cuidando do bebê, ou porque não encontram uma alternativa que lhes convenha (avós, creche, etc.), seja por convicção, também ... (porque existem centenas de razões).

A notícia nesse caso é que há cada vez mais homens fazendo isso, e é o número total de pessoas que ficam em casa com uma licença, a porcentagem de homens que passaram de 3,33% em 2005 para 5,99% em 2015. Consequentemente, o percentual de mulheres aumentou de 96,7% para 94,1%.

Então, há menos mulheres de licença?

Não. Na verdade, há mais, porque nesses dez anos o número de licenças para cuidados infantis aumentou 10,6% (de 28.403 em 2005 para 31.435 em 2014). O que acontece é que, quando se trata de ver quantos homens e quantas mulheres existem no total, agora mais homens são vistos.

Mais homens, mas muito poucos ainda, porque continuamos falando de 94,1% das mulheres em comparação com 5,99% dos homens. Talvez devêssemos tentar saber por que isso acontece. Como lemos no El Periódico, o relatório diz que "há uma ligeira melhora na distribuição de cargas" nos casais, o que parece implicar que, como eu disse no começo, algo está mudando.

No entanto, e não quero ser pessimista, ainda estamos em crise, os empregos são muito instáveis ​​e o homem nem sempre tem um emprego melhor ou mais estável. Será que, em alguns casos, as mulheres tinham mais estabilidade ou melhor salário e foram elas que escolheram se despedir para cuidar dos filhos? Ou os homens estão realmente se tornando mais conscientes de suas obrigações para com a família?

Talvez se as baixas paternas fossem mais extensas ...

E como os pais podem se envolver mais nesse sentido? É muito difícil, porque quem deixa de trabalhar para tirar a licença de maternidade é a mãe. É verdade que os pais podem participar, mas é normal ela fazer as 16 semanas e depois estenda-o com férias e horas de amamentação. Nesse ponto, a mãe já é a cuidadora principal do bebê e o pai é quem dá a mãozinha quando chega em casa.

Nessa situação, parece mais fácil para ela seguir os cuidados do bebê do que para ele. Mais fácil por uma questão de hábito: ela tem todo o resto à mão, conhece mais o bebê, o bebê a conhece mais e, em muitos casos, prefere assim. Eu nem quero imaginar o que Miriam teria me dito se eu tivesse proposto algo assim.

O fato é que existem países onde seria mais fácil. Falo dos nórdicos, é claro, onde as vítimas paternas são muito extensas e depois o pai também se torna o principal cuidador do bebê. Ele passa tanto tempo com ele que, a menos que haja um teta no meio, eles são capazes de cuidar de seus filhos pelo tempo necessário (e, no caso de amamentar, eles lhes dão o leite extraído, se necessário).

Mas como aqui a coisa é muito mais curta, porque fazemos o que podemos. Muitas vezes chegamos em casa e há tudo o que fazer (não é uma censura, é normal). E então levamos o bebê para ela tomar um banho, e depois devolvemos porque ela chora e olha para ela e, por isso, nos dedicamos a preparar o almoço ou jantar e coletar o que tivermos tempo em casa.

Enfim, o que não é fácil, mas sim, gosto de pensar que algo está mudando e que os pais são cada vez mais "pais".

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