Avanço histórico: pela primeira vez conseguimos eliminar uma doença hereditária em embriões humanos

Pela primeira vez na história, A edição genômica foi capaz de eliminar uma doença hereditária do DNA de vários embriões humanos. A doença em questão é chamada de cardiomiopatia hipertrófica e é uma condição cardíaca bastante comum que pode causar morte súbita em atletas e jovens.

Mas isso é apenas o começo, esse experimento (que eles já chamam de "o estudo científico do ano") abre as portas para erradicar centenas de cânceres, dezenas de doenças hereditárias e quase 10.000 doenças raras. O futuro era esse.

O estudo científico do ano

A equipe de pesquisa usou o CRISPR, uma tecnologia que funciona como um 'bisturi molecular' e que permite modificar o genoma de qualquer ser vivo de uma maneira simples e muito precisa. Como curiosidade, o CRISPR foi descoberto por um espanhol, Francisco Mojica, há 25 anos na Universidade de Alicante. Hoje é uma revolução.

Para se livrar da cardiomiopatia hipertrófica, os pesquisadores foram à raiz do problema: o gene MYBPC3. Ou melhor, uma das duas cópias desse gene que existe no genoma. Esta doença é causada pelos defeitos de uma dessas cópias.

Para editá-lo, eles precisavam usar uma sequência de CRISPR-Cas9 projetada para substituir a cópia defeituosa do genoma por outro de doadores saudáveis. Nos últimos anos, foram realizados testes com essa técnica, mas a verdadeira inovação é que eles aplicaram a sequência ao mesmo tempo em que o esperma entrou no óvulo.

Isso gerou um genoma saudável desde o momento da concepção.. Ou seja, pela primeira vez foi possível produzir embriões totalmente viáveis ​​sem erros genéticos adicionais.

Isso muda tudo

A revolução genética começou e está indo a um ritmo cardíaco. Apenas cinco anos atrás, Charpentier e Doudna identificaram os elementos mínimos com os quais o CRISPR poderia ser usado para cortar e modificar o DNA. Hoje fomos capazes de criar embriões saudáveis ​​pela primeira vez.

E que apesar obstáculos legais e financeiros têm sido muito importantes. Não devemos esquecer que um experimento como esse seria ilegal na Espanha e que, nos Estados Unidos, onde foi realizado, esse tipo de pesquisa não pode receber recursos públicos.

Acabamos de dar um passo milimétrico para o esperma, mas um grande passo para a humanidade. O futuro agora depende de nossa capacidade de resolver problemas éticos, legais e sociais que pode ser derivado desses avanços científicos. E, quem sabe, em menos de uma década, conseguimos erradicar algumas das mais terríveis doenças da humanidade.