Não é a primeira investigação que relaciona o paracetamol com a asma. Alguns meses atrás, publicamos no blog os dados de um estudo realizado com mulheres grávidas que indicavam que o medicamento, considerado permitido durante a gravidez, utilizado principalmente durante o primeiro trimestre, aumentaria o risco de problemas respiratórios em crianças e até contribuiria para o desenvolvimento de asma durante a gravidez. Os primeiros sete anos de vida.
Apontando para a mesma hipótese, um novo estudo muito revelador foi publicado no The Lancet, uma prestigiosa revista científica. Embora atualmente não haja evidências para parar de recomendar o uso de paracetamol (acetaminofeno) em bebês, pesquisa indica como um fator de risco para o desenvolvimento de asma na infância.
O estudo não é uma coisa pequena. Foi realizado pelo Instituto de Pesquisa Médica da Nova Zelândia, mais de 200.000 crianças de 31 países do mundo participaram e faz parte do Estudo Internacional de Asma e Alergias em Crianças (ISAAC).
Os cientistas descobriram que o uso de acetaminofeno no primeiro ano de vida da criança estava associado a um risco aumentado de 46% de asma quando a criança tinha entre 6 e 7 anos de idade. Quando o medicamento foi utilizado nos 12 meses anteriores à pesquisa, o risco foi de 61% com uso moderado e 120% com uso frequente.
O uso de acetaminofeno no primeiro ano de vida também foi associado a um aumento de 48% no desenvolvimento de rinoconjuntivite e 35% no eczema.
O paracetamol (acetaminofeno) é a droga mais amplamente usada entre bebês jovens quando apresentam dor e febre porque é considerado o analgésico mais inofensivo, mas é claro que seu uso não pode ser indiscriminado.
Embora as investigações não sejam conclusivas, mas por enquanto essa pesquisa, é recomendável administrar paracetamol em crianças apenas quando a febre é de 38,5 graus ou mais.