Uma pelve fossilizada foi usada para analisar os tipos de nascimento que as mulheres neandertais tiveram e a conclusão é que dar à luz naquele momento era praticamente o mesmo que fazê-lo agora.
O fóssil foi encontrado em 1929 em Tabún, Israel, e serviu para conduzir pesquisas publicadas na edição digital das "Anais da Academia Nacional de Ciências" (PNAS) comparando a pelve com a da mulher atual.
A pelve já havia sido reconstruída e estudada duas vezes desde o seu encontro e concluiu-se que os bebês neandertais nasceram usando a mesma técnica rotatória que as mulheres atuais, porém não foi totalmente conclusiva devido à incompletude já encontrada que, entre outros, falta o osso sacral. O fóssil foi reconstruído novamente, desta vez virtualmente (você pode ver a imagem da nova reconstrução sob este parágrafo), e desta vez os resultados mostram que a mulher neandertal tinha um mecanismo de entrega mais primitivo que não permitiu que o recém-nascido girasse à medida que avançava pelo canal do parto.
Nas mulheres de hoje, a forma do canal muda de tamanho e orientação desde a entrada até a saída, forçando o bebê a girar durante o parto, facilitando a saída.
Aparentemente, essas alterações na pelve se originaram da posição e da necessidade de dar à luz bebês com cérebros grandes.
Apesar dessas diferenças óbvias, o canal nas mulheres atuais e nos neandertais é praticamente do mesmo tamanho que o bebê, por isso é sugerido que o nascimento da mulher neandertal foi quase o mesmo da mulher atual.
Alguns pesquisadores se opuseram a essa teoria, como Karen Rosenberg, paleoantropóloga da Universidade de Delaware, e outros colegas. A antropóloga Marcia Ponce de León, da Universidade de Zurique, na Suíça, diz: "Dada a má conservação da pélvis de Tabún, é uma afirmação ousada".
Ele concorda, no entanto, que "o nascimento foi igualmente difícil nos neandertais e nos humanos modernos", com ou sem rotação.